O segredo de Cibele (Wildwood #2)

Título original: Cybele's secret
Autor: Juliet Marillier
Nº de páginas: 359
Preço: 7,50€
Editora: Bertrand Editora
Coleção: Sequela de Danças na floresta

Paula viaja até Istambul com o seu pai em busca de um artefacto ancestral. O desejo que Paula tinha em descobrir o reino mágico onde vivera com as suas irmãs foi substituído por objectivos mais práticos: tornar-se comerciante de livros e manuscritos. No entanto, pistas e rumores acabam por convencê-la de que se encontra numa demanda fantástica e que a pessoa responsável por lhe ir dando essas pequenas suspeitas seja a sua irmã desaparecida, Tati. Puzzles, enigmas, testes de força e lealdade, lições sobre o amor, confiança e conhecimento - tudo isso surgirá na viagem de Paula, uma viagem onde o insucesso tem como preço a morte.


Opinião
Passado durante o período Otomano, esta história leva-nos para as concorridas ruas de Istambul e para os mistérios do Outro Reino.

O livro é contado do ponto de vista de Paula, a quarta irmã. Paula e o pai deslocam-se a Istambul para tentar comprar encontrar um artefacto ancestral, "A dádiva de Cibele". Ao chegar deparam-se com a morte do seu parceiro de negócios e então contratam um guarda-costas para os proteger. Ao longo do tempo que passa em Istambul, Paula vai encontrando pistas e enigmas que a levam numa demanda mágica e inesperada.

Sendo a continuação de "Danças na floresta", seria de esperar que tivesse um fio condutor que ligasse os dois livros muito mais forte. Isso não acontece e é perfeitamente possível ler o segundo livro sem ter lido o primeiro. O núcleo das personagens mantém-se quase todo, mas há entrada de novas.

Gostei bastante deste livro e tenho curiosidade de ler outras séries deste género da mesma autora.

Citações
"- No entanto, suponho que não pode ser considerado um mercador como o meu pai e os seus colegas aqui presentes."

"- Eu sei que o barco está pronto a zarpar e que a Dádiva de Cibele está a bordo! O senhor roubou-nos!"

"Encontra o coração porque é nele que está a sabedoria. A coroa é o destino. Completa-me."

"És suficientemente corajosa, Paula? És corajosa ao ponto de viveres com o coração despedaçado?

Personagens
  • Paula
  • Stoyan
  • Duarte
  • Irene
  • Tati

Excerto
          O convés inclinou-se e eu com ele, agarrada a um cabo para não perder o equilíbrio. Um dia depois de sairmos de Constanta, o vento virara e as águas do mar Negro erguiam-se e afundavam-se sob o casco do Stea de Mare como um cavalo selvagem a tentar derrubar o seu cavaleiro.
          - És boa marinheira, Paula - comentou o meu pai, perfeitamente equilibrado, veterano de mais viagens mercantis do que as que era capaz de contar. Para mim era a primeira.
          A vela estalou ao vento. Os tripulantes, de expressões azedas e olhos semicerrados, tentavam manter o barco de um só mastro sob controlo e olhavam para mim com hostilidade.
          - Andam perturbados por terem uma mulher a bordo - disse o meu pai. - Ignora-os, não passa de um disparate supersticioso. Eles conhecem-me e tu és minha filha. Se o comandante não gosta, não devia ter aceitado o meu dinheiro.
          - Não me faz confusão - disse eu de dentes cerrados. Apesar de não enjoar, não queria dizer que gostasse dos altos e baixos do barco ou de estar permanentemente molhada. Quanto à possibilidade de os marinheiros me porem as culpas se o Stea de Mare se afundasse, não me interessava. - Isto vai atrasar-nos, pai?
          - Pode ser, mas Salem bin Afazi espera por nós em Istambul. Ele sabe o que isto significa para mim, Paula, sabe que isto é a oportunidade de uma vida.
          - Eu sei, pai. - Havia um tesouro à nossa espera na grande cidade dos Turcos, um tesouro no qual todos os mercadores sonhavam pôr as mãos, pelo menos uma vez nas suas vidas. O meu pai não seria o único comprador, mas era, felizmente, um excelente negociante, paciente e subtil.
4*

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